Malariapedia é malária de A a Z.

(Em constante atualização)

A

ADERÊNCIA: Cumprimento de um regime (quimioprofilaxia ou tratamento) ou de procedimentos e práticas prescritos por um profissional de saúde. 

ANOPHELES:  Gênero de mosquito transmissor do parasita da malária. As fêmeas (e somente elas) transmitem o parasita da malária aos humanos quando se alimentam de sangue durante a produção e desenvolvimento de ovos para manter o ciclo de vida dos mosquitos. 

ANTROPOFÁGICO: quando os vetores se alimentam preferencialmente de seres humanos.

ANTROPOFÍLICO: Descrição de mosquitos que mostram preferência por se alimentar de humanos, mesmo quando os hospedeiros não-humanos estão disponíveis no local.

B

BIOENSAIO: Testes experimentais da eficácia biológica de um tratamento (por exemplo, infecção, inseticida, patógeno, predador, repelente) expondo deliberadamente insetos a ele.

C

CAPTURA DE DESEMBARQUE HUMANO: Um método para coletar vetores quando eles pousam em indivíduos.

CASO, MALÁRIA: Ocorrência de infecção por malária em uma pessoa na qual a presença de parasitas da malária no sangue foi confirmada por um teste de diagnóstico.

CICLO GONOTRÓFICO: O período de desenvolvimento reprodutivo no mosquito fêmea, incluindo busca de hospedeiro, alimentação de sangue, digestão de uma refeição de sangue, desenvolvimento ovariano, busca de um local de reprodução e oviposição. 

CITO-ADERÊNCIA: Propensão dos eritrócitos infectados com malária a aderir ao endotélio da microvasculatura dos órgãos internos do hospedeiro.

COBERTURA: Um termo geral que se refere à fração da população de uma área específica que recebe uma determinada intervenção.

COMBINAÇÃO DE DOSE FIXA: Uma combinação na qual dois medicamentos antimaláricos são formulados juntos no mesmo comprimido, cápsula, pó, suspensão ou grânulos.

COMPLEXO DE ESPÉCIES: grupo de espécies que são isoladas do ponto de vista reprodutivo mas com morfologia muito semelhante 

CURA: Eliminação de uma pessoa infectada de todos os parasitas da malária que causaram a infecção.

D

DIAGNÓSTICO: O processo de estabelecer a causa de uma doença (por exemplo, um episódio febril), incluindo avaliação clínica e testes de diagnóstico.

DIAPAUSA: Condição de animação suspensa ou parada temporária no desenvolvimento de mosquitos imaturos e adultos.

DOMÉSTICO: O ecossistema, incluindo pessoas e animais que ocupam a mesma casa e os vetores que a acompanham.

DOSE: Quantidade de um medicamento a ser tomado de uma só vez ou dentro de um determinado período.

E

ELIMINAÇÃO (MALÁRIA): Interrupção da transmissão local (redução a zero de incidência de casos autóctones) de um parasita específico da malária em uma área geográfica definida como resultado de atividades deliberadas. São necessárias medidas contínuas para evitar o restabelecimento da transmissão. 

ENDOFAGIA: Tendência dos mosquitos a se alimentarem de sangue dentro de casa (endofágico, capacidade do vetor).

ENDOFILIA: Tendência dos mosquitos para descansar dentro de casa (endofílico, capacidade do vetor).

ENSAIO SOROLÓGICO: Procedimento usado para medir anticorpos antimaláricos no soro.

EPIDEMIA: Ocorrência de um número de casos de malária muito superior ao esperado em um determinado local e tempo.

ERRADICAÇÃO (MALÁRIA): Redução permanente a zero da incidência mundial de infecções causadas por parasitas da malária humana como resultado de atividades deliberadas. As intervenções não são mais necessárias uma vez que a erradicação tenha sido alcançada. 

ESQUIZONTE: Estágio do parasita da malária em células do fígado do hospedeiro (esquizonte hepático) ou hemácias (esquizonte eritrocitário) que está em divisão nuclear por esquizogonia e, consequentemente, possui mais de um núcleo.

EVENTO ADVERSO: Qualquer ocorrência médica desfavorável em uma pessoa exposta a um produto biológico ou químico, que não tenha necessariamente uma relação causal com o produto.

ESTIVAÇÃO: Um processo pelo qual mosquitos em um ou vários estágios (ovos, larvas, pupas, adultos) sobrevivem por meio de mudanças comportamentais e fisiológicas durante períodos de seca ou alta temperatura.

ESQUIZONTICIDA: Uma droga que mata esquizontes, seja no fígado ou no sangue.

EXOFAGIA: Tendência dos mosquitos para se alimentar ao ar livre (exofágico, capacidade do vetor).

EXOFILIA: Tendência dos mosquitos para descansar ao ar livre (exofílico, capacidade do vetor).

F

FORMA DE ANEL: Trofozoítos de malária jovens, geralmente em forma de anel, antes que o pigmento seja evidente por microscopia.

G

GAMETÓCITO: Estágio sexual de parasitas da malária que podem infectar mosquitos anofelinos quando ingeridos durante uma refeição de sangue.

GESTÃO DE CASO: Diagnóstico, tratamento, cuidados clínicos, aconselhamento e acompanhamento de infecções sintomáticas de malária.

GRUPO: Agregação de eventos ou doenças relativamente incomuns no espaço e/ou tempo em números que são considerados maiores do que poderiam ser esperados por acaso.

GAMETOCITOCIDA: Uma droga que mata gametócitos masculinos e/ou femininos, impedindo-os de infectar um mosquito.

H

HEMOZOÍNA: Um material granular marrom a preto formado por parasitas da malária como um subproduto da digestão da hemoglobina. O pigmento é evidente em trofozoítos e esquizontes maduros. Também pode ser fagocitado por monócitos, macrófagos e neutrófilos polimorfonucleares.

HIBERNAÇÃO: Processo no qual mosquitos em um ou vários estágios (ovos, larvas, pupas, adultos) sobrevivem por meio de mudanças comportamentais ou fisiológicas durante os períodos de frio.

HIPERPARASITEMIA: Uma alta densidade de parasitas no sangue, o que aumenta o risco de que a condição de um paciente se deteriore e se torne uma malária grave.

HIPNOZOÍTA: Fase hepática persistente da malária por P. vivax e P. ovale que permanece latente nos hepatócitos do hospedeiro por períodos variáveis, de 3 semanas a 1 ano (excepcionalmente ainda mais), antes da ativação e desenvolvimento em um esquizonte pré-eritrocitário, que então causa uma hemorragia -estágio de infecção (recaída).

I

IEC: Instituto Evandro Chagas, referência internacional na pesquisa de doenças tropicais, sediado em Ananindeua, estado do Pará.

IEE: Índice de inoculação entomológica, o número de picadas de um mosquito infeccioso em um indivíduo por unidade de tempo.

IMPALUDISMO: vide malária; outro nome para malária.

INCIDÊNCIA (MALÁRIA): Número de casos (de malária) recém-diagnosticados durante um período definido em uma população específica. 

INFECÇÃO (MALÁRIA): Presença de parasitas Plasmodium no sangue ou tecidos, confirmados por testes de diagnóstico.

INFECCIOSO: Capaz de transmitir infecção, um termo comumente aplicado a hospedeiros humanos, a parasitas (por exemplo, gametócitos, esporozoítos) ou ao vetor (mosquito).

INFECCIOSIDADE: Capacidade de esporozoítos de uma cepa específica de Plasmodium de serem injetados por mosquitos Anopheles em humanos suscetíveis e se desenvolverem até o estágio hepático para infectar glóbulos vermelhos (“infectividade para humanos”) e a capacidade de mosquitos Anopheles competentes de ingerir gametócitos humanos de Plasmodium que sofrem desenvolvimento até que o mosquito tenha esporozoítos infectantes em suas glândulas salivares (“infectividade para mosquitos”). 

INSETICIDA: Produto químico (natural ou sintético) que mata insetos. Os ovicidas matam os ovos; larvicidas (larvacidas) matam as larvas; pupacidas matam pupas; adulticidas matam mosquitos adultos. Os inseticidas residuais permanecem ativos por um longo período.

IPA: sigla de Incidência Parasitária Anual para malária, calculado pelo número de exames positivos para a doença em determinada região. 

INVESTIGAÇÃO DE CASO: Coleta de informações para permitir a classificação de um caso de malária por origem da infecção, ou seja, importado, indígena, induzido, introduzido, recidivante ou recrudescente.

L

LAR: Qualquer estrutura que não seja uma tenda ou abrigo móvel em que os humanos dormem.

LARVICIDA: Substância usada para matar larvas de mosquito.

LOCAL DE CAPTURA: Local selecionado para amostragem periódica da população de mosquitos de uma localidade para diversos fins.

M

MALÁRIA: também conhecida por Impaludismo; doença causada por parasitos do gênero Plasmodium, que são transmitidos às pessoas pela picada de mosquitos fêmeas infectadas do gênero Anopheles. 

MANEJO DE FONTE LARVAL: Manejo de habitats aquáticos (corpos d'água) que são habitats potenciais para larvas de mosquitos, a fim de evitar a conclusão do desenvolvimento dos estágios imaturos.

MEROZOÍTO: Estágio extracelular de um parasita liberado no plasma do hospedeiro quando um esquizonte hepático ou eritrocitário se rompe; os merozoítos podem então invadir os glóbulos vermelhos.

MILD: sigla de Mosquiteiro Impregnado com Inseticida de Longa Duração. É utilizado como ferramenta de apoio no controle da malária e é distribuído gratuitamente pelo Ministério da Saúde.

MEDICAMENTO ANTIMALÁRICO: Produto farmacêutico utilizado em humanos para a prevenção, densidade anofelina tratamento ou redução da transmissão da malária.

MONITORAMENTO: controle sistemático das ações de um programa ao longo do tempo.

MONOTERAPIA: Tratamento antimalárico com um único composto ativo ou uma combinação sinérgica de dois compostos com mecanismos de ação relacionados.

N

NOTIFICAÇAO DE CASO: Notificação obrigatória de todos os casos de malária por unidades médicas e médicos ao departamento de saúde ou ao programa de controle da malária, conforme prescrito pelas leis ou regulamentos nacionais.

O

OOCISTO: O estágio do parasita da malária que se desenvolve a partir do oocineto; o oocisto cresce na parede externa do intestino médio do mosquito fêmea. 

P

PARASITEMIA: Presença de parasitas no sangue.

PIGMENTO DE MALÁRIA: Ver hemozoína. 

PERÍODO LATENTE: Para infecções por P. vivax e P. ovale , o período entre a infecção primária e as recaídas subsequentes. Esta fase é assintomática; os parasitas estão ausentes da corrente sanguínea, mas presentes nos hepatócitos. 

Plasmodium: Gênero de parasitas sanguíneos protozoários de vertebrados que inclui os agentes causais da malária. P. falciparum, P. malariae, P. ovale e P. vivax causam malária em humanos. A infecção humana com o parasita da malária de macaco P. knowlesi e muito ocasionalmente com outras espécies de malária símia pode ocorrer em áreas de floresta tropical.

PULVERIZAÇÃO: Aplicação de formulação de inseticida líquido em superfícies especificadas (exteriores e interiores).

PULVERIZÁVEL: No contexto de um programa de controle de vetores da malária, uma unidade (residência, casa, quarto, abrigo, estrutura, superfície) adequada para pulverização ou a ser pulverizada.

PROFILAXIA: Qualquer método de proteção ou prevenção de doenças; quando aplicado à quimioterapia, é comumente denominado “quimioprofilaxia”.

Q

QUIMIOPREVENÇÃO: Administração intermitente de cursos completos de tratamento de um medicamento antimalárico durante a estação da malária para prevenir a doença da malária. O objetivo é manter as concentrações terapêuticas de um antimalárico no sangue durante todo o período de maior risco de malária. 

QUIMIOPROFILAXIA: Administração de um medicamento, em intervalos pré-definidos, para prevenir o desenvolvimento de uma infecção ou a progressão de uma infecção para doença manifesta.

R

RECAÍDA: Recorrência de parasitemia assexuada em infecções por P. vivax ou P. ovale decorrentes de hipnozoítos.

RECONHECIMENTO GEOGRÁFICO: Censos e mapeamento para determinar a distribuição da população humana e outras características relevantes para a transmissão da malária, a fim de orientar as intervenções.

RECEPTIVIDADE: Receptividade de um ecossistema à transmissão da malária.

RECRUDESCÊNCIA: Recorrência de parasitemia assexuada do(s) mesmo(s) genótipo(s) que causou a doença original, devido à eliminação incompleta de parasitas assexuados após tratamento antimalárico. 

REDE INSETICIDA DE LONGA DURAÇÃO: (ver MILD) Um mosquiteiro tratado na fábrica feito de material no qual o inseticida é incorporado ou amarrado em torno das fibras. A rede deve manter sua atividade biológica efetiva por pelo menos 20 lavagens padrão da OMS em condições de laboratório e 3 anos de uso recomendado em condições de campo.

REGIME DE DOSAGEM: Formulação prescrita, via de administração, dose, intervalo de dosagem e duração do tratamento com um medicamento.

REPELENTE: Qualquer substância que cause evasão em mosquitos, especialmente substâncias que os impeçam de se fixar na pele do hospedeiro (repelente tópico) ou entrar em uma área ou sala (repelente de área, repelente espacial).

RESISTÊNCIA À DROGA: A capacidade de uma estirpe do parasita sobreviver e/ou multiplicar-se apesar da absorção de um medicamento administrado em doses iguais ou superiores às normalmente recomendadas.

S

SENSIBILIDADE (DE TESTE): Medido como a proporção de pessoas com infecção por malária (verdadeiros positivos) que têm um resultado positivo.

SIMPÁTRICAS: populações com distribuição sobreposta ou que coexistem.

SINERGISTAS: inibidores de enzimas de desintoxicação, como esterases, oxidases e glutationa S-transferases, que são importantes no metabolismo dos inseticidas.

T

TAXA DE MORDIDA: Número médio de picadas de mosquito recebidas por um hospedeiro em uma unidade de tempo, especificada de acordo com a espécie do hospedeiro e do mosquito (geralmente medido pela coleta de pouso humano).

TAXA DE MORTALIDADE: Número de mortes por unidade de população durante um período definido. 

TEMPORADA DE TRANSMISSÃO: Período do ano durante o qual ocorre a maior parte da transmissão da infecção por malária por mosquitos.

TERAPIA COMBINADA: Uma combinação de duas ou mais classes de medicamentos antimaláricos com mecanismos de ação não relacionados.

TRIAGEM: Identificação de grupos de risco que podem exigir intervenção adicional, como testes de diagnóstico, tratamento ou serviços preventivos.

TROFOZOÍTO: O estágio de desenvolvimento dos parasitas da malária que crescem dentro dos glóbulos vermelhos do hospedeiro, desde o estágio de anel até pouco antes da divisão nuclear. Dispositivo projetado para capturar mosquitos com ou sem componentes atrativos (luz, CO2, iscas vivas, sucção) tratamento, anti-recaída Trofozoítos contêm pigmento de malária que é visível por microscopia. 

TOLERÂNCIA: Uma resposta em um hospedeiro humano ou mosquito a um determinado quantum de infecção, tóxico ou droga que é menor do que o esperado.

V

VETOR: Na malária, as fêmeas adultas de qualquer espécie de mosquito em que vetor, principal O Plasmodium passa de seu ciclo sexual (no qual o mosquito é o hospedeiro definitivo do parasita) até o estágio de esporozoíto infeccioso (conclusão do desenvolvimento extrínseco), pronto para transmissão quando um hospedeiro vertebrado é picado.

VETOR PRIMÁRIO: artrópode que transmite um agente patogênico ou parasita de um hospedeiro vertebrado a outro e assim o organismo se mantém em seu ciclo natural.

VETOR SECUNDÁRIO: artrópode que transmite um agente patogênico ou parasita de um hospedeiro vertebrado a outro, mas não consegue manter o organismo em um ciclo natural sem transmissão por um vetor primário. 

VIGILÂNCIA: Coleta, análise e interpretação contínuas e sistemáticas de dados específicos de doenças e uso no planejamento, implementação e avaliação da prática de saúde pública. Uma função dos serviços públicos de saúde para a prevenção da reintrodução da malária. A vigilância consiste no monitoramento atento de qualquer ocorrência de malária em áreas receptivas e na aplicação das medidas necessárias para evitar o restabelecimento da transmissão. 

Fontes: 

World Health Organization. (‎2021)‎. WHO malaria terminology, 2021 update. World Health Organization. https://apps.who.int/iris/handle/10665/349442. Licença: CC BY-NC-SA 3.0 IGO.

Centros para Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC), Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS), e RTI. 2011. Documento Estratégico para Vigilância e Controle de Vetores da Malária na América Latina. Apresentado à Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional pelos Centros para Controle e Prevenção de Doenças (CDC) e Links Media, LLC. Gaithersburg, MD: Links Media. Disponível em http://www.usaidami.org/resources.shtml 

Fiocruz - Fundação Oswaldo Cruz/Rondônia. https://www.rondonia.fiocruz.br