O PROJETO

Primeiros passos.

No Brasil, a malária é endêmica nos 9 estados da região Amazônica, sendo o Plasmodium vivax, o parasita mais prevalente. As estratégias de controle adotadas são, principalmente, o diagnóstico preciso e o tratamento oportuno, e como ferramenta complementar, o uso de mosquiteiros impregnados com inseticida de longa duração, conhecidos pela sigla MILD.

A distribuição de MILDs pelo Ministério da Saúde é gratuita e baseada no índice de Incidência Parasitária Anual (IPA), que classifica os municípios dos estados como prioritários para intervenções complementares. Cinco dos 9 estados amazônicos (Acre – AC, Amapá – AP, Amazonas – AM, Rondônia -RO e Roraima – RR) reportaram em 2018 e até setembro de 2019, o número mais elevado de casos, e nestes, somente municípios com IPA elevada receberam MILDs no ano de 2018.

Com o nome de "Avaliação do uso dos Mosquiteiros impregnados com Inseticida de Longa Duração (MILDs) como estratégia de controle da transmissão de Malária e suas implicações em cinco estados da Amazônia brasileira", este projeto, financiado com recursos oriundos de parceria tipo PPP (Parceria Público-Privada), começa um pouco antes do início da pandemia da Covid-19, o que acabou por prejudicar o início das operações em campo, com viagens sendo canceladas e lockdowns acontecendo em diversos estados brasileiros.

As primeiras reuniões aconteceram on-line durante e após a primeira onda da Covid-19 no Brasil, junto aos coordenadores locais, nos estados que receberiam a equipe do IEC - Instituto Evandro Chagas. Mesmo assim, tivemos que aguardar o momento certo, leia-se: seguro, para o início das viagens que, finalmente, puderam acontecer a partir de outubro de 2021.

A pesquisa vai a campo.

Há mais de 10 anos, o Brasil tem utilizado MILDs como ferramenta de controle suplementar e ao longo dos anos vem sendo observado que, apesar do seu uso, há tendência de aumento do número de casos, o que faz com que surjam perguntas quanto a sua eficácia, se realmente é uma ferramenta a ser considerada em cenários com diferentes dinâmicas de transmissão, se seu uso está correto, entre outros dados relevantes para o combate à malária nas regiões pesquisadas.

Porém, fazer trabalho de campo na Amazôna é uma atividade tão grandiosa e impactante quanto a extensão geográfica da região. E é exatamente isto o que queremos compartilhar nesse espaço e em nossas redes sociais com você.

Toda a grandeza e cada detalhe de um projeto que pretende colher e oferecer respostas no combate a uma doença secular que aflige, principalmente, indígenas, ribeirinhos, viajantes, militares e todos os demais desbravadores das florestas tropicais. Acompanhe com a gente o que é fazer pesquisa na Amazônia brasileira.

MAPA do índice de Incidência Parasitária Anual (IPA) no Brasil:

Fonte: Ministério da Saúde. Disponível em https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/m/malaria-1/malaria

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